9/11/2023

Gui Karsten no Estúdio Aberto

Momentos cheios de significado e totalmente dedicados à inspiração entre nossa equipe e profissionais criativos.

Carla Mereles

O Estúdio Aberto é nossa forma de ampliar nosso repertório, trazendo pessoas que admiramos para conversar conosco. Esse tipo de ritual cria pontes culturais entre o que fazemos diariamente e mundos diferentes dos nossos... esporte, arte, design, empreendedorismo, entretenimento e outras formas de autoexpressão poderosas.

A Carla Mereles, estrategista de marca na Molde, compartilhou suas impressões sobre um desses últimos encontros, com o nosso estimado Guilherme Karsten. O Gui possui uma perspectiva singular de sua própria realidade, que transformou não apenas sua vida, mas também a de muitas outras pessoas por meio de um trabalho belo e inspirador. Confere aí!

Fazia tempo que eu não saía de uma conversa me sentindo tão inspirada. Recentemente, o Guilherme Karsten compartilhou a sua empreitada como artista, ilustrador e escritor de livros infantis no Estúdio Aberto, momento em que chamamos alguém pra trocar uma ideia com a gente na Molde.

Nessa conversa a filosofia sobre trabalho, carreira, futuro, país, fronteiras, e muito mais, foi longe. Mas, testando um poder de síntese, três lições me marcaram e deu na telha trazê-las pra cá.


Primeiro: talento é uma coisa linda de se ver.

Vocação na sua pureza. O Gui é nato na ilustração desde sempre. Seguiu esse caminho por muito tempo até descobrir, depois, descobrir a escrita e ver ali um caminho pra si. Escreveu alguns livros, foi premiado, reconhecido e levado a outros lugares do mundo por conta disso.
Sem ninguém ter que ser o talento nato de uma geração, a lição que ficou foi: a gente pode se permitir observar nossos pontos fortes porque podemos transformá-los em algo. Sem se definir tanto e sem se encaixotar em profissões, quem sabe? (Fácil dizer, difícil fazer, mas fica a nota mental aqui).

Segundo: criatividade é trabalho, e dá trabalho.

Criatividade precisa ser exercitada todos os dias. As ideias ruins precisam ir para o papel para conseguirem sair da nossa cabeça e dar espaço para o que faz sentido. Isso é o que quem transita esse ramo está cansado de saber, mas a experiência do Gui veio para colocar mais uma vez isso como uma certeza. Boas ideias precisam ser buscadas. Abrindo o seu processo criativo tradicionalmente não-linear, aberto e flexível, entendi um pouco mais que todo mundo que cria algo sente essa montanha-russa. Fiquei um pouco mais tranquila de ter as minhas ideias ruins, também.

Terceiro: dar um próximo passo sempre gera medo.

Perrengue. Dúvida. Incerteza. Vulnerabilidade. Indecisão. Todo ser humano irá sentir essas emoções quando cogitar dar um próximo passo. Não importa os validadores externos e provas sociais, o nosso maior crivo é sempre o interno.
Abrir mão do certo pelo duvidoso implica em tomar riscos, e cada um precisa entender até onde está disposto a ir. Possivelmente haja uma dupla jornada por um bom tempo, mas veio aí uma história feliz de um escritor brasileiro de livros infantis que faz muito sucesso na China pra nos mostrar o famoso clichê de que é possível. E que ter boas pessoas ao seu lado sempre faz diferença.



Me vêm tantos pensamentos, ideias e devaneios sobre tudo isso, e a única coisa que consigo concluir é de que nada vem fácil, tem que ir muito atrás de um sim para consegui-lo. Ainda bem. A questão é ter coragem pra seguir a sua intuição, flexibilidade para se adaptar e inspiração para seguir.

Obrigada, Gui, por trazer a sua história pra nós. E se você não conhece o trabalho dele, faça o favor às crianças ao seu redor e presenteie-as com essas histórias engraçadas, cheias de personalidade e que imitam a vida com tanta imaginação. :)